Resenha Filme: A Grande Aposta (The Big Short) – Adam McKay
“Daqui um tempo culparão os imigrantes e os pobres. Como sempre fizeram.”
“8 milhões de pessoas desempregadas. 6 milhões sem casas. Isso só nos Estados Unidos.”
Baseado no livro homônimo de Michael Lewis.
Personagens do filme A Grande Aposta.
Nos anos 70, a atividade bancária não enriquecia ninguém. Só os “fracassados” como corretores de seguros e contadores se interessavam. Lewis mudaria a atividade bancária com uma ideia: O título lastreado em hipotecas ou MBS privado.
Os Estados Unidos não notaram que a grande indústria passou a ser os bancos. E em 2008 tudo desabou.
O filme começa com strippers nuas dançando. Eu achei que é um jeito meio ruim de começar a narrativa, mas tenha paciência que melhora. Os atores falando com a câmera, também incomoda um pouco.
Michael Burry foi um dos economistas que percebeu que ia estourar uma bolha. O mercado imobiliário crescia vertiginosamente com empréstimos mal dados. O negócio chegou ao ponto de uma stripper ter 4 casas e 1 apartamento, conforme vemos na entrevista. A personagem tem uma personalidade peculiar, um gênio da matemática e fica o dia inteiro ouvindo Heavy Metal.
Mark Baum é um agente financeiro que aposta contra a estabilidade do mercado imobiliário. O mesmo tem uma personalidade histérica (lembra as personagens que o Woody Allen interpreta) e sofre de uma tristeza devido ao suicídio de seu irmão.
Ben Rickert é um investidor recluso e cheio de manias, que junto a dois outros corretores investem na bolha imobiliária.
Todos eles separadamente e silenciosamente percebem que há um problema com títulos hipotecários, particularmente os subprime, que eram empréstimos concedidos à pessoas que não tinham como pagar.
Dessa forma, o filme é preciso sobre a trajetória histórica dos eventos. Todas as personagens começam a perceber que os números estavam sendo maquiados pelo mercado financeiro, pois a bolha já deveria ter estourado há muito mais tempo.
Conforme tudo vai acontecendo, vamos entendendo que sim, a bolha vai estourar e tudo desmorona. E as pessoas perdem seus empregos e suas casas.
Um ponto que eu sempre questiono é, como ainda uma parcela da sociedade acredita que o Estado precisa ser mínimo? Como o governo deixa que algo assim aconteça? Ficam as perguntas. E o filme é um mecanismo que podemos utilizar para questionar a nossa realidade.
Fica a dica de um filme importante para compreendermos a crise econômica de 2008.