O filme é uma adaptação do livro do britânico Thomas Hardy (1840-1928), chamado Tess of the d’Urbervilles. O referido autor é conhecido pelas ideias pessimistas em seus romances.
Roman Polanski fez a adaptação cinematográfica do livro. Acredito que ele conseguiu imprimir o espírito de Hardy com precisão. A história é contada com muito foco no sentimento da protagonista Tess, assim como a obra do romancista inglês.
A primeira cena que vemos é de mulheres camponesas dançando. A paisagem aparece em plano aberto o que nos faz termos uma noção de como era a vida nesse tempo e espaço. Entendemos havia uma integração maior entre o homem e a natureza.

A narrativa se passa na Inglaterra vitoriana, no fim do século XIX. Tess é uma jovem típica do período, filha de camponeses, educação protestante e modos rígidos.

Seu pai não é muito afeito ao trabalho e é alcoólatra. Ele descobre através do pastor local, que é descendente de nobres. A partir disso ele vê uma possibilidade de subir na escala social.
A mãe se lembra que eles têm uma parente rica, então ambos decidem enviar Tess para fazer uma visita de cortesia a mulher, com o objetivo de conseguir dinheiro.
Ao chegar à mansão da tia ela conhece seu primo Alex. Na verdade, eles não são parentes legítimos, pois o título de nobreza da referida família foi comprado.
No entanto, Alex vê em Tess, uma garota bonita e pobre, um alvo fácil. Ele passa a seduzi-la, primeiramente com morangos e rosas.

Posteriormente, a jovem é convidada a trabalhar na casa de Alex. Ele tenta seduzi-la e acaba estuprando-a. Ela volta para a casa dos pais e descobre que está grávida.

Além da miserabilidade que ela se encontra, Tess precisa lidar com olhares enviesados devido ao fato de ser mãe solteira. Mas, a tragédia não está completa,pois seu bebê acaba morrendo. Nem um funeral cristão seu filho tem direito, pois não era batizado.
Para superar esses acontecimentos tristes, Tess vai trabalhar em uma fazenda e acaba conhecendo Angel, que é filho de um pastor protestante e trabalha como camponês.
A partir disso, eu vou deixar para vocês descobrirem.
Podemos entender que a obra é uma crítica à falta de ética, que imperou com a chegada do regime capitalista. Compra de títulos de nobreza, a imoralidade e a falta de caridade dos ricos em relação aos pobres e é claro, a condição feminina.

Jean-François Millet “As respigadeiras”.1857. Óleo sobre tela, 83,8 X 111 cm. Musée d’Orsay, Paris
A corrupção atingiu todas as escalas sociais, desde o pai de Tess, até Alex. Com certeza os mais fracos pagavam a conta.
Deve ser muito bom. Ótima resenha.🌻
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Oi Ludoevico,
É muito bom, recomendo! Tem no Netflix! Abraços!
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Olá, Ju! Adoro esse filme e sou louco para ler o livro do Thomas Hardy. Alguns enquadramentos de Polanski foram inspirados nos retratos de camponeses do pintor Gustave Courbet. Ótima resenha. Parabéns!
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Oi Andri,
Eu estava pesquisando e vi que o Polanski se inspirou no Courbet, já ia alterar a resenha!!! Que bom que você comentou. Abraços!
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“Tess – Uma Lição de Vida “. Obra-prima. Belo, meigo, delicado (por conta da extraordinária atuação de Nastassja Kinski) e extremamente brutal, por retratar com verdade a cultura e os costumes da época Vitoriana, a qual Tess se vê amarrada e nem cogita alternativas. Era assim… Parece forte, às vezes, mas porque é preciso prosseguir, apesar de Tess ter sua vida construída por outros, que decidem que será trágica. Temos que ver o filme sob a ótica da época, e Tess prossegue porque, mesmo despreparada, se apega a uma garra que nem ela sabe definir oque é. E Tess prossegue… Até o final coerente do filme, por tudo oque foi construído ao longo dele. Nastassja Kinski esbanja talento, pois só beleza não a faria transmitir o tom exato da personagem, nem faria Tess tão relevante.
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Olá, é verdade concordo com tudo que vc disse. Adorei a interpretação de Natassja Kinski e a direção do Polanski. Obrigada por vir aqui!!! Abçs!
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Abçs!!
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