Guilhermo del Toro é um cineasta e escritor mexicano. Escreveu livros importantes como: The Strain, The Fall, The Night Eternal e Trollhunters.
O referido filme ganhou prêmios importantes como o Goya melhor longa espanhol e foi escolhido para representar o México no Oscar, como a melhor película de língua estrangeira.
O contexto histórico da narrativa é a Guerra Civil Espanhola, que foi deflagrada após uma tentativa de golpe de estado do exército contra a Segunda República Espanhola.
“A Guerra Civil Espanhola foi muitas vezes retratada como um choque entre esquerda e direita, mas trata-se de uma simplificação enganosa. Surgiram dois outros eixos de conflito: o centralismo estatal contra a independência regional e o autoritarismo contra a liberdade do indivíduo. As forças nacionalistas da direita eram muito mais coesas porque, com poucas exceções, combinavam três extremos coesivos. Eram ao mesmo tempo direita, centralistas e autoritários. A República por outro lado era um caldeirão de incompatibilidades e suspeitas mútuas, com centralistas e autoritários, enfrentando a oposição de regionalistas e libertários.” Antony Beevor. A Batalha pela Espanha.
A protagonista é uma menina de 13 anos chamada Ofélia, que começa a história, fazendo uma viagem de carro com sua mãe Carmen, que está gestante de um importante capitão do exército, com quem se casou recentemente.
Ofélia é uma leitora voraz de contos de fadas, transitando em dois mundos, na fantasia e na realidade.
A personagem, que protagoniza o filme, foi baseada em Dom Quixote, que também lia romances, no caso de cavalaria e acreditou ser um cavaleiro. A diferença é que Dom Quixote mergulhou completamente no mundo da fantasia, enquanto Ofélia transitou entre a realidade e a ficção.
Ambas personagens tem em comum o fato de encontrarem na literatura uma maneira de resolver seus conflitos internos.
- Ofélia entra em um mundo paralelo, o mundo do inconsciente. Imagem de divulgação.
A história tem elementos do realismo fantástico para compor a história. O movimento literário surgiu na América Latina como uma resposta à literatura fantástica europeia. Essa estética teve seu ápice no período de 1960 e 1970, servindo como uma crítica aos regimes ditatoriais.
Além disso a referida escola trata da convivência na sociedade de elementos da ultra tecnologia com a superstição. A fusão do homem com a máquina não anulou o pensamento místico.
- Ofélia encontra um lugar que lhe chama a atenção. O mundo não é reduzido ao que é aparente. Imagem de divulgação.
Carmen e Ofélia chegam até uma base do exército e conhecemos o capitão Vidal. Somos então, apresentados à uma triste realidade.

Vidal é a encarnação do fascista ideal: Disciplinado, obediente, meticuloso e frio. Matava sem piedade qualquer um de quem desconfiava.
Ofélia entra em um mundo paralelo e encontra um fauno, que sugere que ela é uma princesa perdida de um belo mundo interior. Transitando entre mundo do inconsciente e do consciente a menina convive também com o medo de perder a mãe, que está com risco de morte.

A missão da menina envolve uma jornada complexa com monstros, labirintos e o cumprimento de etapas.
Podemos entender que Ofélia pode ser o símbolo da Espanha, uma heroína que precisa revisitar o passado, para poder renascer em um outro mundo.
Fica a dica de um filme incrível!!
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