A narrativa se passa em San Juan, no deserto argentino na década de 70. A protagonista é Celina uma jovem que acaba de perder seu pai e deseja ir à Itália em busca da sua mãe, que os abandonou quando ela era pequena.
Celina vive uma vida monótona e chata. Com um emprego enfadonho em uma cabine de pedágio, onde não passa uma viva alma.
Seus dias se passam em um imenso vazio. Até que seu pai morre e ela decide que vai à Calábria, sul da Itália, encontrar com sua mãe.
No entanto, ela precisa de dinheiro e o emprego no pedágio jamais fará com que ela concretize o seu desejo.
Ela conhece o ex-chefe de seu pai, que era vendedor de livros. Celina vê nessa profissão uma oportunidade de ajuntar dinheiro.
A protagonista decide que irá vender a obra, que dá nome ao filme: Como funcionam quase todas as coisas.
O livro tinha tudo quanto é tipo de informação: Como conquistar um novo amor, como ser feliz, como não ter câncer, etc.
As personagens dão depoimento para a câmera, falando conosco. Raquel acredita que o livro pode ajudar as pessoas a ficarem ricas, ironicamente ela tem uma vida horrível.
Nas casas e nas lojas em que entravam estava passando a notícia do envio de Milos o cachorro astronauta pelos Estados Unidos.
Enquanto o tempo passava extremamente devagar no deserto argentino, a Guerra Fria tomava conta do mundo. Celina estava alheia ao externo presa em um tempo e espaço muito diferente, da chamada conquista espacial.
A solidão provocada pelo abandono da mãe e do pai, aliado à uma paisagem inóspita vivida por Celina, dão o tom do sentimento de desamparo vivido pelos latino-americanos.
Uma característica do sistema capitalista em todo o mundo é a existência de periferias e de vários tempos históricos, convivendo de maneira concomitante.
Celina vive fora da realidade, vivendo a ilusão de encontrar a sua mãe e sem entender porque foi abandonada. Falta um pedaço dela e isso se tornou um problema para a construção da identidade.
Em um momento histórico marcado pela Guerra Fria em que ninguém sabia se a humanidade teria continuidade, Celina e a América Latina continuavam à sua luta em busca primeiramente da construção de si mesmas.