“Papai Noel é queimado no átrio da catedral de Dijon diante de crianças de orfanatos”. Dijon, 24 de dezembro de 1951.
As festas natalinas de 1951, na França foram marcadas pelo “suplício” de um boneco gigante de Papai Noel.
Autoridades eclesiásticas e pastores protestantes se uniram contra a figura do Papai Noel, denunciando a paganização do dia do Natal.
Acreditavam que o Natal estava deixando de ser a comemoração do nascimento de Jesus para se transformar em comemoração ao Papai Noel.
A execução do Papai Noel no átrio da catedral de Dijon foi avaliada de diversas maneiras pela população e despertou vários comentários. O jornal France-Soir dedicou até um editorial ao acontecimento.
Folcloristas e historiadores admitem que a origem distante de Papai Noel encontra-se no Abade de Liesse, ou Abade do Desregramento.
O personagem moderno de Santa Claus ou São Nicolau resulta da função sincrética entre várias figuras: O Abade de Liesse, São Nicolau e o Natal dos Saturnais, no período romano.
A Saturnália era um festival da Antiga Roma em honra ao deus Saturno, que ocorria em 17 de dezembro do calendário juliano, e as festividades iam até 23 de dezembro. Ocorria um banquete público e troca de presentes.

Segundo o autor, após a Segunda Guerra desde que a economia francesa voltou a crescer a comemoração do Natal assumiu na França um crescimento, que não tinha antes da guerra.
Essa comemoração se dá por influência norte-americana. Para os franceses, que visitavam os EUA, antes da guerra, e viam os pinheirinhos transformados em árvores de Natal, papéis de presentes e pisca-pisca, acreditavam que havia uma profunda diferença de mentalidades entre a França e os EUA.
Em 1951, a França havia sido tomada pelas comemorações natalinas no estilo americano.
No entanto, não podemos atribuir somente a influência norte-americana. E o autor explicará melhor as razões.
Com as características que conhecemos o Natal é uma festa essencialmente moderna, apesar dos traços arcaicos.
Fica a pergunta: Por que é em torno do Papai-Noel que se concentra a animosidade das pessoas?
Papai-Noel com sua vestimenta vermelha se assemelha a um rei. A barba branca, as peles, as botas e o trenó simbolizam o inverno. É um idoso evocando a autoridade dos antigos.

Não é um ser mítico, pois não há um mito que dê conta da sua origem e de suas funções e também não é um personagem lendário.
Papai Noel é em primeiro lugar a expressão do status diferenciado da criança na sociedade.
Durante todo o ano invocamos a vinda do Papai Noel para lembrar às elas, que a generosidade do bom velhinho será proporcional ao bom comportamento delas.
A figura do Papai Noel não é apenas uma mistificação imposta pelos adultos às crianças, mas um resultado de uma negociação onerosa entre os iniciados (homens) e os não iniciados (crianças).
As explicações pela sobrevivência são sempre incompletas, pois os costumes não desaparecem nem sobrevivem sem motivos.
Outra teoria é que as crianças em nossa sociedade personificam os mortos.
O Ano Novo e o Natal passaram a ser a ocasião de oferecimento de comidas aos mortos. As crianças sendo o outro na sociedade representavam os anjos e os anjos de mortos.
Os presentes de Natal continuam a ser um verdadeiro sacrifício à doçura de viver, que consiste, em primeiro lugar em não morrer.
Por isso, os eclesiásticos de Dijon possivelmente, contribuíram para restaurar a plenitude do Papai Noel.
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Trata-se de um relato, então? Como um documentário?
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Não, a partir do suplício do Papai Noel o autor desenvolve uma teoria de onde vem a comemoração do Natal, que é pagã, e de onde vem o Papai Noel e porque a figura dele persiste.
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Interessante! Deve ser uma leitura boa. Obrigado pela dica!
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É sim!! Obrigada, pela visita!! Abçs!
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Merry Christmas….
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Thankyou!
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Welcome.
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