O filme começa com uma mulher dentro de uma cova. Algumas muçulmanas estão em volta, fazendo uma oração. A mulher abre os olhos e levanta em direção à uma casa.
As orações continuam. A mulher que estava na cova, agora recebe um colete lotado de bombas. Ela é uma suicida e homicida – uma terrorista, portanto.

A cena toda é acompanhada por uma fotógrafa irlandesa, chamada Rebecca. Ela pede permissão para acompanhar a mulher bomba dentro do carro, que a conduzirá ao morticínio. Os covardes que arquitetaram a chacina dão permissão.

O carro para em uma blitz, alguma coisa acontece e explosão. Silêncio.

Mil Vezes Boa Noite conta a história de uma fotógrafa de guerras, chamada Rebecca. Ela vive o conflito entre continuar trabalhando em zonas de guerra e correndo risco de morte ou largar a profissão em prol das filhas e do casamento.
Após a explosão, Rebecca acorda em um hospital com seu marido ao lado. Devido ao atentado ela sofre uma série de escoriações e fica com um pulmão perfurado.
Quando chega em casa, que fica em um lugar pacato na Irlanda, é recebida pelas duas filhas e um casal de amigos.
Seth, filha mais velha, vive em um grande sofrimento. Ela tem ideia dos riscos do trabalho da mãe e por isso, tem medo de perde-la.
O esposo vive em um eterno conflito, pois, não quer que Rebecca corra riscos, mas ao mesmo tempo, sabe que aquele é seu trabalho.
No entanto, ele dá um ultimato, ou ela fica com a família e larga a profissão, ou não terá mais as filhas sob sua responsabilidade e nem continuará casada.
Rebecca é uma mulher bem forte. Em uma conversa com Seth, ela diz que sente muita raiva. A protagonista quer que as pessoas ao abrirem os jornais engasguem com as fotos.
Seu objetivo é atingir àqueles que se preocupam mais com a “Paris Hilton do que com guerras”.

Um capítulo à parte é o trabalho sobre África, que Seth e as crianças da escola estão fazendo. Essa parte me incomodou, pois é o retrato do que eu vejo nas escolas brasileiras, quando trabalham esse continente.
Os adolescentes ensaiam uma dança, que a princípio é africana. Mas, de que país eles estão falando? Qual é a etnia? A África é grande e diversa.
Posteriormente, uns alunos recitam alguns poemas de autores africanos (não citam o país e nem os autores) e Seth mostra algumas fotos chocantes feitas pela mãe.
Parece que a África é um bloco massificado, que se resume à guerras, fome e safári, o que não é verdade. O cineasta e o roteirista poderiam ter tido um cuidado melhor. Poderiam ter diversificado mais as zonas de guerra em que a personagem participa.

Ainda recuperando sua saúde, Rebecca recebe uma proposta de fotografar refugiados de guerra no Quênia. Ela aceita e leva Seth, que a essa altura começou a se interessar pelo trabalho da mãe.
Enquanto, mãe e filha estão retratando os costumes daquela população, um grupo de guerrilheiros começa a atacar o acampamento.
Rebecca não hesita. Coloca a filha em um local seguro e sai para fotografar o conflito, mesmo correndo risco de morte.

Na Irlanda seu marido descobre o ocorrido e pede que a fotógrafa faça uma escolha ou a família ou os riscos da profissão.
Rebecca escolhe.
A escolha não é simples, pois ser fotógrafa e cobrir o pior do ser humano faz parte da identidade da personagem.
O filme é bom em mostrar um conflito e os prós e contras de uma escolha difícil.
As cenas dos conflitos são muito bem-feitas e os atores excelentes!! As tomadas são emocionantes.
Apesar da representação do continente africano ter sido pobre, é um filme que tem seu mérito e vale a pena dar uma conferida.
Republicou isso em Revista Humana.Mente.
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Adorei o post, vou assiste este filme com certeza, obrigada por ter postado. ótima resenha!
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Que bom!! Depois me diga o que achou!! Bjs!
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O filme parece ter um bom roteiro. Obrigado pela dica.
Essa questão sobre o ensino da África é bem interessante. Mostra como toda a história e a diversidade de um continente extremamente rico social e culturalmente está relegada a uma massa amorfa e genérica. É triste pensar que no Brasil também é assim.
Abraço.
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É verdade, no Brasil, por ex, ensinam a influência do continente africano em nossa cultura e o que normalmente aparece? Cocada, azeite de dendê, algumas palavras e fim. Quando a África aparece em sala de aula é como se o continente fosse uma coisa só, sem diversidade. Os filmes só reforçam os esteriótipos. Mas, mesmo com esse problema o filme é bom. Abçs!!
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