“Espere até ver o que um homem é capaz de fazer com outro. ” Wardaddy (Brad Pitt)
Corações de Ferro, Fury título em inglês, é um filme norte-americano de 2014, que se passa em 1945, na Alemanha nazista.
Em 1945, o exército alemão estava por um fio e Hitler declarou guerra total, convocando todos os homens, mulheres e crianças a lutarem.

Você está na Alemanha, em território inimigo, fique alerta.
O filme narra a história do protagonista Norman (Logan Lerman), soldado que serviu em um blindado M4 Sherman, apelidado de Fury.
Norman é um rapaz inexperiente em combate, que antes do conflito era datilógrafo. Completamente despreparado, o personagem é jogado no meio de uma guerra sangrenta, onde ele tem que matar e sobreviver. O novato é protestante e tem uma ética muito rígida, fazendo com que a prática do combate entre em conflito com seus valores.

Norman (Logan Lerman) completamente inexperiente é jogado no meio da guerra.
O comandante é o sargento Wardaddy (Brad Pitt), uma pessoa pragmática e endurecida pela guerra.

Wardaddy (Brad Pitt) é um líder pragmático e firme.
Os personagens secundários são: Bible (Shia La Beouf) que como Norman é protestante. Ele ganhou esse apelido, pois vivia procurando em sua fé explicações para a barbárie; Trini García (Gordo) é filho de mexicanos, sua presença se justifica por ele representar todos os imigrantes latinos, que lutaram pelo exército norte-americano e Grady que representa todos os homens que saíram do campo para lutar no front europeu.
Quando o comboio sai em direção à uma cidade alemã, eles encontram uma criança, que estava com um foguete antitanque nas mãos. Norman não consegue mata-lo. Por isso, um tanque americano, que seguia à frente do dele pega fogo e a tripulação inteira morre.
Wardaddy culpabiliza Norman, que não consegue matar de maneira nenhuma, ainda mais uma criança.
Em uma cena chocante, o exército americano captura um soldado alemão. Wardaddy faz com que Norman puxe o gatilho para mata-lo.
Na verdade, o sargento precisava desbloquear a mente do rapaz para que ele matasse. Por exemplo, a finalidade do exército ao colocar os recrutas no limite é fazer com que eles consigam assassinar.
Ao adentrar uma cidade alemã, a tripulação encontra crianças enforcadas por SS (tropa de elite nazista), por elas se recusarem a lutar. Tudo isso, faz com que Norman altere sua personalidade aos poucos.

Crianças assassinadas por se recusarem a lutar.
O filme discute os estupros e abusos do exército americano às mulheres alemãs. As cenas são bem tristes, mas além da denúncia, elas servem para mostrar a humanidade de Wardaddy e Norman, além das consequências de um fanatismo ideológico, levado às últimas consequências.
As cenas de combate são emocionantes e bem-feitas. Principalmente, quando eles enfrentam uma tropa SS.
A narrativa nos traz algumas reflexões interessantes, principalmente na composição dos personagens.
O pragmático Wardaddy tem uma índole muito questionável, se considerarmos que ele não respeitou o Código de Genebra, ao fazer com que Norman atirasse em um prisioneiro de guerra alemão. No entanto, o filme o coloca como uma pessoa necessária. Ele é do tipo que faz o que precisa ser feito, levando tudo às últimas consequências.
Norman é o típico bom moço, não mata uma criança com um foguete antitanque em mãos. Por ser protestante e tem muito delimitado de certo e errado. No entanto, por conta da sua ética uma tripulação inteira é assassinada.
Os valores implícitos na história demonstram que a sociedade precisa do pragmatismo de Wardaddy, porque os fins justificam os meios. No entanto, a ética protestante ainda prevalece como a melhor solução, se considerarmos o destino de Norman.
As cenas são muito bem construídas e os atores excelentes. As cenas de ação te coloca na adrenalina do momento. As músicas ajudam a narrar e te transmitem apreensão, muito medo ou alegria.

Tropa SS marchando. Essa cena, particularmente me deu muito medo.
Fica a dica para vocês de um filme bom com algumas reflexões interessantes.