“O Silêncio dos Outros” é um documentário espanhol que versa sobre a Lei da Anistia, que ficou conhecida como Pacto do Esquecimento, cuja serventia foi perdoar tanto aqueles que participaram do governo, quanto os que lutaram pelo seu fim.
A ditadura de Francisco Franco teve suas bases no fascismo. Após a Guerra Civil Espanhola, em 1939, os fascistas espanhóis começaram seu governo, pois haviam vencido a guerra.

O franquismo recebeu apoio do Exército e da Igreja Católica, dominando o Executivo, Legislativo e o Judiciário; esse regime durou até a morte do ditador em 1975.
Não havia liberdade imprensa, nem a existência de outros partidos políticos e havia censura.
Conforme mostra o documentário o terror foi implementado: Pessoas eram presas de forma aleatória e torturadas.
Em todas as ditaduras, mesmo que não sejam totalitárias, a roda do medo precisa girar.
Como é muito difícil capturar participantes das facções que tentavam a revolução armada, o governo partiu para cima da população.

Por exemplo, trazendo para a realidade brasileira, não é em qualquer esquina que as ditaduras encontram um Marighela ou Carlos Lamarca para poder prender. Mas, matar uma pessoa pobre ou um universitário, que critica o Estado é mais fácil. É disso que se trata nossa crítica.
Toda ditadura se alimenta de inimigos, reais ou imaginários, é preciso mostra-los, dizer que eles existem, por isso, a polícia política não parava de mostrar força.
O documentário entrevista uma senhora, que teve sua mãe assassinada pelo governo franquista. Ela era uma camponesa paupérrima, não ficou claro se era alfabetizada. Rasparam sua cabeça e fizeram a população a apedrejarem, acabou sendo morta e enterrada em uma cova coletiva, onde passa uma rodovia.

Outro entrevistado foi pego pelo regime franquista e torturado, por um policial, conhecido como Billy Boy, responsável por torturar muita gente.
Com o fim da Ditadura, Billy Boy viveu muito bem, tendo uma rotina tranquila. Nunca foi levado a julgamento, nem ao menos foi questionado de suas práticas.
Assim como a Ditadura Militar argentina, a Ditadura Franquista traficou bebês, filhos de “inimigos” do governo. O que começou com os filhos de supostos esquerdistas, terminou com crianças pobres.
Mães solteiras e casais muito pobres tiveram suas proles colocadas para adoção e até hoje ninguém sabe onde estão essas pessoas.
Até um departamento de eugenia para melhorar a raça espanhola teve no período franquista. O governo acreditava que existia um gene “vermelho”.
Um grupo de pessoas que lutam pelos Direitos Humanos entraram com um processo para levar os responsáveis pela Ditadura a julgamento através da Argentina. Por conta da Lei da Anistia, eles não conseguem fazer isso na Espanha.
No fundo esse Pacto de Silêncio foi uma maneira de apagar da memória os crimes cometidos nesse período, tanto é, que muitos jovens entrevistados não haviam aprendido nada sobre esses crimes na escola.
Do ponto de vista técnico, o documentário é muito bem feito, a fotografia é excelente, os cortes e a câmera nos passam a dramaticidade que o tema exige.
Deixo a dica para vocês de um documentário, cujo tema é importantíssimo para compreendermos os crimes praticados pelas ditaduras.
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Terror. Fingir que não aconteceu é assustador também.
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Exatamente!! A negação também passou a ser um terror. Abçs!
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A ditadura é sempre aterradora, seja de esquerda ou de direita.
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Que coisa horrorosa a ditadura franquista.
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Nossa que horror!
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Oi Mirian, é verdade as ditaduras são uns horrores. Obrigada pela visita! Bjs!
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