Moacyr Scliar é um escritor de origem judaica nascido em Porto Alegre em 1937, vindo a falecer em 2011.
Seus pais eram judeus vindos da Bessarábia, território que pertencia ao Império Russo.

Formado em Medicina conciliou a profissão de médico, professor universitário e escritor.
Sua prolífica obra consiste de contos, romances, ensaios e literatura infanto juvenil. Também ficou conhecido por suas crônicas nos principais jornais do país.
O livro trata de uma história baseada em fatos de uma mulher judia prostituída, que foi sua paciente.
Antes de entrar na história do livro vou falar sobre a máfia de judeus que atuava no Brasil, Argentina e Estados Unidos traficando, mulheres judias principalmente do Leste Europeu.
Elas eram enganadas com promessas de casamento ou emprego e quando chegavam no continente americano eram forçadas a se prostituírem.
Essa máfia se chamava Zwi Migdal e se disfarçava de instituição de caridade judaica.
A prática envolvia normalmente um cafetão e uma cafetina, que se passavam como mãe e filho e enganavam as mulheres, normalmente as mais velhas, para depois eles voltarem e recrutarem também as mais novas.
A Zwi Migdal foi desbaratada na Argentina, com a ajuda de uma moça chamada Raquel Liberman, que também fora enganada e forçada a se prostituir.
O livro tem duas personagens principais, uma jovem chamada Esther e Marcos com dois narradores diferentes.
Marcos narra em primeira pessoa, sua história que envolve o ciclo das águas, que vai se alterando conforme a personalidade dele e de Ester se alteram.
A outra protagonista é Ester, uma jovem prostituída vinda da Polônia.
Esther vivia com sua família em uma aldeia polonesa, até que seu amigo de infância – Mêndele, que havia ido para Argentina volta e lhe propõe casamento.

Mêndele no início é estranho, um tanto frio, mas logo lhe propõe casamento. Uma festa é feita, e tudo acontece as mil maravilhas.
No entanto, no navio, Ester já começa a perceber que tem algo estranho. Mendele não a toca em nenhum momento.
Quando eles chegam em Paris, seu marido a leva em um bordel, onde ela é estuprada. Mesmo que o narrador não tenha nos ditos que é um estupro.
No navio a caminho para Argentina, Mêndele morre e Ester fica aos cuidados dos amigos do marido.
Chegando em Buenos Aires, ela conhece o cafetão chamado Leiser.
Uma coisa me incomodou na história. Ester foi preparada para ser prostituta na Argentina, ela vira a chave de maneira muito rápida. Sua adaptação é muito ligeira.
O mesmo acontece quando, ela é transferida para o prostíbulo de Porto Alegre, onde começa a atender a elite gaúcha.
Nesse ínterim ela se apaixona por um rapaz chamado Rafael e engravida dele, Leiser, o cafetão, a obriga fazer aborto.
Esther foge pois não quer fazer aborto. Eu vou deixar a partir daqui a história com você.
A protagonista é desprezada pela comunidade judaica. Tem um trecho em que ela quer assistir um filme em íidiche (língua dos judeus do centro e leste europeu) e leva uma cusparada. E em outros momentos também ela é bastante xingada.
Eu gostei do livro, achei muito bom, interessante e de muita coragem ao abordar um tema tão difícil como o tráfico de mulheres.
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Li esse livro e gostei bastante. Achei interessante o comentário sobre o narrador, concordo ele suavizou bastante, acho que para nao deixar a leitura pesada.
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Também achei o mesmo.
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Fiquei curiosa para ler este livro. Li um ou dois livros do Moacyr Scliar, gostei muito da escrita dele e esse livro abordando o tráfico de mulheres deve ser ótimo.♥
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É muito bom, foi o primeiro livro que li dele e gostei bastante. Pretendo ler outros também!
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