Pagu nasceu Patrícia Rehder Galvão (1910-1962). Ela foi escritora, poetisa, diretora, tradutora, desenhista, cartunista, jornalista e militante política.
Patrícia foi a terceira de 4 irmãos de uma família de classe alta do interior de São Paulo.
O apelido “Pagu” foi dado por Raul Bopp, que confundiu seu sobrenome, achou que era Goulart.
Sempre foi considerada uma pessoa avançada para época. Fumava e bebia em público, usava roupas justas e transparentes, além de cabelos curtos.

Quando tinha 19 anos conheceu o casal de modernistas – Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, que a apresentaram ao movimento antropofágico e praticamente a adotaram.
Para Pagu se livrar da opressão da família conservadora, Tarsila convenceu Patrícia a se casar por conveniência.
Quando o casal estava indo para Santos, no meio do caminho o marido desce do veículo e Oswald assume.
A jovem era amante dele, posteriormente os dois se casaram, pois Pagu engravidou.
Na década de 30, a moça conheceu Luís Carlos Prestes e se filiou ao PCB.

Em 1931, Pagu foi presa como militante comunista, durante uma greve dos estivadores em Santos.
Quando foi solta do PCB a fez assinar um documento em que ela se declarava uma “agitadora individual e inexperiente.”
Quando foi à URSS registrou em “Verdade e Liberdade” sua decepção com o comunismo.
“O ideal ruiu, na Rússia, diante da infâmia miserável das sarjetas, os pés descalços e os olhos agudos de fome.”
Na França estudou na Sobornne, onde foi presa como militante de esquerda e quase entregue aos nazistas.
Em 1935, já no Brasil, Pagu foi novamente presa e torturada, situação que a deixou 5 anos numa cadeira de rodas.
Nesse período, Patrícia rompe com o Partido Comunista. Doente, arrasada e pesando 44 kilos, ela tenta o suicídio.
Trabalhando como crítica de arte, Pagu foi acometida por um câncer no pulmão e acabou falecendo em decorrência da doença.
“Parque Industrial” foi a primeira obra literária de Patrícia. O romance tem como personagens principais uma coletividade de trabalhadores, com especial ênfase nas mulheres operárias.

A linguagem coloquial focaliza cenas de exploração sofridas cotidianamente, seja no ambiente público ou privado.
A técnica utilizada pela autora é a de foto colagem, contendo descontinuidade entre as cenas e os capítulos.
A escrita é frenética como a produção de uma fábrica. Nesse ambiente, os trabalhadores são agredidos por seus patrões.
“Malandros! É por isso que o trabalho não rende!
Sua vagabunda!”
O narrador também aborda o problema dos abusos e assédios sexuais, que ocorrem tanto dentro das fábricas, quanto fora. A elite utiliza do poder financeiro para ludibriar as jovens mais pobres.

“Todas as meninas bonitas estão sendo bolinadas.
Os irmãozinhos seguram as velas a troco de balas.
A burguesia procura no Brás carne fresca e nova.
– Que pedaço de italianinha!
– Só figura. Vá falar com ela. Uma analfabeta.
– Pruma noite, ninguém precisa saber ler.”
Outra questão que aparece em “Parque Industrial” é o feminismo. Pagu, através do narrador, critica o feminismo de elite que não contempla as diversas realidades e as diversas etnias existentes no Brasil.
Nesse período, Patrícia está vinculada a ideia stalinista de que o capitalismo iria ruir após a crise de 29, em que pipocariam várias revoluções em vários lugares.
O que Pagu denuncia nessa obra ainda é realidade de muita gente no Brasil. A desumanização ainda ocorre em muitos ambientes de trabalho.
Adquira o livro! https://amzn.to/2ZFzjGB
Me siga no Instagram! https://www.instagram.com/oroscojuliane/
Arte, Literatura, História: https://www.instagram.com/juliane.orozco/
Que livro interessante. Já tinha ouvido o nome de Pagu por aí, mas nunca tinha lido nada sobre ela. Gostei de conhecer um pouco sobre a autora e sobre o livro.😊
CurtirCurtido por 1 pessoa
É verdade, a Pagu é pouco conhecida, não seia razão, pois a obra é importante dentro do contexto do Modernismo. Abraços.
CurtirCurtido por 1 pessoa